O PICC – Cateter Central de Inserção Periférica – é um dispositivo vascular utilizado com grande frequência em unidades de terapia intensiva (UTI) e enfermarias em pacientes dependentes de terapias medicamentosas endovenosas prolongadas (acima de 6 dias). Seu uso está associado a um menor risco de complicações mecânicas e infecciosas.
O uso do PICC em recém-nascidos (RNs) e pacientes pediátricos impacta na redução do risco de flebite, do desconforto de repetidas punções com cateteres intravenosos periféricos e, principalmente, na diminuição da dor, estresse e sofrimento.
PICC no Brasil
No Brasil, o PICC foi implementado na década de 1990, em neonatologia, em UTI e em setores oncológicos. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) tornou lícita a prática de inserção do PICC por profissionais da enfermagem, através da Resolução n. 258/2001, art. 1. Assim como o Parecer de Relator COFEN n° 243/2017 que normatiza o procedimento (inserção, fixação, manutenção e retirada de cateter) por Enfermeiros. Em ambas as resoluções, o profissional deve ter qualificação e/ou capacitação específica que garantam o rigor técnico-científico do procedimento.
Neste contexto, o enfermeiro habilitado tem um importante papel tanto na inserção, como, principalmente, na manutenção do PICC. Dentre os fatores de manutenção, podemos citar como responsabilidade fundamental, a prevenção de infecções, onde, através do conhecimento teórico, estes profissionais colocam em prática estratégias que possam evitar este tipo de complicação durante o uso do PICC.
Indicações e Uso do PICC
Como qualquer procedimento, mesmo que não invasivo, a colocação do PICC deve ser avaliada, independentemente da faixa etária do paciente, considerando: a terapia intravenosa proposta, o diagnóstico e as condições clínicas do paciente.
As principais indicações do PICC são:
- Fragilidade venosa
- Terapia endovenosa
- Antibioticoterapia
- Nutrição parenteral
- Quimioterapia
- Misturar soluções hiperosmolares
- Ministrar soluções vesicantes e irritantes
- Uso de medicação EV por tempo prolongado
O PICC é um dispositivo intravenoso que é inserido através de uma veia superficial da extremidade e progride por meio de uma agulha introdutora, com a ajuda do fluxo sanguíneo até o terço médio distal da veia cava superior ou da cava inferior. Quando atinge a junção cavo atrial, adquire característica de um cateter central, e pode apresentar-se com um, dois ou três lumens. E tem por finalidade promover a terapia intravenosa por tempo prolongado e de forma segura, garantindo a preservação da rede venosa periférica, diminuição do estresse, dor e desconforto gerado por múltiplas venopunções.
Em neonatos esses cateteres podem ser inseridos em veias dos membros superiores (basílica, cefálica, cubital mediana, axilar ou do dorso da mão), membros inferiores (poplítea, safena ou femoral), região cefálica (temporal, frontal ou auricular posterior) ou jugular externa.
Contraindicações:
- Rede venosa periférica prejudicada
- Recém-nascido com menos de 48h de vida
- Policitemia
- Lesões cutâneas no lugar da inserção do cateter
- Retorno venoso prejudicado
- Administração de grandes volumes em bolus e sob pressão (risco de rompimento do cateter)
- Situações de emergência
- Trombose venosa
- Malformação congênita na rede venosa
Curso :: Habilitação em Cateterismo Central de Inserção Periférica (PICC)
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Texto aprovado pela coordenadora do curso Habilitação em Cateterismo Central de Inserção Periférica (PICC) – Claudia Fernandes.
Referência Bibliográfica:
Atuação do enfermeiro na inserção, manutenção e prevenção de infecções no uso do PICC em Unidades de Terapia Intensiva – Gestão em Saúde e Controle de Infecção da Faculdade INESP – Cassiano Moreira Barbosa e José Carlos da Silva Souza – Jacareí – 2017 – https://www.ccih.med.br/atuacao-do-enfermeiro-na-insercao-manutencao-e-prevencao-de-infeccoes-no-uso-do-picc-em-unidades-de-terapia-intensiva/
Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) – Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Maternidade-escola da UFRJ Setor de Neonatologia – http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/cateter_central_de_insercao_periferica_picc.pdf
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2582001_4296.html
http://www.cofen.gov.br/parecer-de-relator-cofen-no-2432017_57604.html
Atualização das recomendações da prática quanto ao cateter central de inserção periférica em recém-nascidos – Ludmylla de Oliveira Beleza, Laiane Medeiros Ribeiro, Christiane Inocêncio Vasques, Amanda Margatho, Guilherme Brasil, Kassandra Costa – Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, 2021. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2022/02/1354365/e61291-atualizacao-das-recomendacoes-diagramado-port.pdf
