A neurofibromatose tipo 1 (NF1) é uma condição genética que provoca alterações na pigmentação da pele além do crescimento de tumores nos nervos e na pele. Esses tumores podem surgir em qualquer parte do sistema nervoso, incluindo cérebro, medula espinhal e nervos. A NF1 é rara — cerca de 1 em cada 3.000 pessoas é afetada. Atualmente não há cura, mas o tratamento multidisciplinar pode ajudar a controlar seus sintomas. O acompanhamento contínuo e a personalização do cuidado são essenciais para melhorar o prognóstico dos pacientes.
Visão geral
A neurofibromatose tipo 1 é causada por uma mutação do gene NF1, localizado no cromossomo 17, que pode ser herdada de um dos pais ou ocorrer no momento da concepção. Esse gene produz uma proteína chamada neurofibromina, que ajuda a regular o crescimento celular. Quando o gene está alterado, há perda da função da neurofibromina, permitindo que células cresçam sem controle.
Os sintomas da neurofibromatose tipo 1 costumam ser leves. No entanto, algumas pessoas podem desenvolver sintomas que causam complicações. A gravidade geralmente depende de onde os tumores estão no corpo e de quão grandes eles são. Muitos dos sintomas estão presentes desde o nascimento ou aparecem durante a primeira infância, mas alguns podem surgir mais tarde. Infelizmente a neurofibromatose tipo 1 é uma condição para toda a vida que geralmente vai piorando com o tempo.
Sintomas
As manifestações clínicas são variadas e podem incluir neurofibromas dérmicos e, principalmente, plexiformes, neurofibrossarcomas, anormalidades pigmentares (manifestação não neoplásica mais comum, resultante da origem embrionária comum entre melanócitos e células de Schwann), alterações oftalmológicas, como nódulos de Lisch, glaucoma e gliomas, displasias ósseas (pela disfunção do ciclo de formação óssea por desregulação de osteoclastos e osteoblastos), além de poder envolver vários outros órgãos e provocar alterações comportamentais. Os neurofibromas, teoricamente, podem aparecer em qualquer nervo periférico. Porém, estima-se que aproximadamente 25% dos neurofibromas sintomáticos ocorram na cabeça e pescoço.
Os tumores geralmente são benignos. Mas às vezes podem se tornar malignos. Também pode-se notar dificuldade de aprendizagem, problemas cardíacos e vasculares, perda de visão e dor.
Diagnóstico e Encaminhamento
A maioria dos pacientes com NF1 é identificada durante exames de rotina, por meio de um exame físico detalhado, com foco nos sistemas cutâneo, esquelético e neurológico.
Os principais exames para confirmação incluem:
- Exames oftalmológicos, para avaliação do fundo de olho e da visão;
- Ressonância magnética, para identificar tumores no cérebro, coluna vertebral ou abdômen;
- Testes genéticos, para confirmar a mutação no gene NF1.
O acompanhamento regular por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir neurologistas, oncologistas, dermatologistas e médicos geneticistas, é essencial para monitorar o desenvolvimento da doença, identificar tumores precocemente e oferecer suporte educacional e psicológico para os pacientes e suas famílias.
Complicações
Ainda não há cura para a neurofibromatose tipo 1. Assim, o tratamento é centrado no manejo dos sintomas e na monitorização de complicações.
Fique atento às complicações da neurofibromatose tipo 1:
- Manifestações neurológicas (dificuldades cognitivas e de aprendizagem, frequentemente enquadradas no espectro dos transtornos do neurodesenvolvimento);
- Alterações cutâneas e impacto psicossocial (neurofibromas cutâneos múltiplos, especialmente na face, e neurofibromas plexiformes volumosos, embora benignos, podem ocasionar importante impacto psicossocial);
- Alterações esqueléticas (displasias ósseas, pseudartrose congênita, displasia esfeno-orbitária, escoliose idiopática ou displásica e maior risco de fraturas);
- Comprometimento visual (glioma de vias ópticas, neoplasia de baixo grau);
- Influência hormonal (a puberdade pode estar associada ao aumento no número e no volume dos neurofibromas cutâneos e plexiformes);
- Manifestações cardiovasculares (maior risco de hipertensão arterial sistêmica (HAS), estenose de artérias renais ou à presença de feocromocitoma);
- Comprometimento respiratório (neurofibromas plexiformes extensos, quando localizados em regiões cervicais ou torácicas, podem comprimir vias aéreas, levando a sintomas obstrutivos respiratórios);
- Neoplasias malignas (transformação maligna de neurofibromas plexiformes em tumores malignos da bainha do nervo periférico (TMBNP) e risco aumentado para outros tipos de câncer);
- Feocromocitoma (tumor benigno da medula adrenal).
Principais avanços
Avanço/Atualização |
Detalhes/Impacto |
Critérios diagnósticos revisados |
Inclusão de genética e novas manifestações clínicas |
Terapias-alvo (MEK, mTOR, TKIs) |
Selumetinibe aprovado para neurofibromas plexiformes; novas drogas em estudo |
Genótipo-fenótipo |
Novas correlações auxiliam prognóstico e manejo personalizado |
Abordagem multidisciplinar |
Melhora do cuidado e da qualidade de vida |
Saúde mental e neurodesenvolvimento |
Maior risco de sintomas psiquiátricos e dificuldades cognitivas |
Confira o Guia Prático: Diagnóstico, encaminhamento e tratamento sobre Neurofibromatose tipo 1

Referências bibliográficas:
Texto aprovado pela neuropediatra Mara Lucia Schmitz Ferreira, parte do corpo clínico do Hospital Pequeno Príncipe e coordenadora do Ambulatório de Doenças Raras do mesmo hospital.
Esse texto foi feito com auxílio de inteligência artificial:
https://cursos.multiplicapp.org.br/cartilha-astrazeneca
https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/neurofibromatosis-type-1/symptoms-causes/syc-20350490