PICC :: Inserção e cuidados ao paciente

O PICC (Cateter Central de Inserção Periférica) é um dispositivo indispensável para o tratamento de pacientes, adultos ou pediátricos, criticamente enfermos, conferindo benefícios aqueles dependentes de terapias medicamentosas endovenosas prolongadas (acima de 6 dias). Contudo, a inserção e manutenção do PICC são procedimentos complexos e seu uso está relacionado a um grande repertório de complicações que exigem protocolos e cuidados para preservar a segurança do paciente.

O enfermeiro tem um papel muito importante relacionado ao PICC, desde a inserção do cateter, os cuidados relacionados ao dispositivo, assistir os pacientes no controle de infecções, visando principalmente a segurança da terapia, à checagem do posicionamento da ponta do cateter.

O cenário da UTI neonatal

Dentre os cuidados de enfermagem ao Recém-Nascido Prematuro (RNPT) e ao Recém-Nascido (RN), destaca-se a venopunção periférica, uma prática de rotina e associada a diversos procedimentos necessários ao suporte de saúde neonatal. Trata-se de uma das intervenções de enfermagem mais frequentes realizadas em hospital, uma vez que 80% dos pacientes utilizam, em algum momento, o cateter intravenoso.

A venopunção em neonatos associa-se à dor e alterações em diversos sistemas orgânicos que se encontram imaturos. O primeiro passo para a humanização da neonatologia é o alívio da dor. O ambiente estressante de UTI pode interferir na maturação das funções cerebrais, podendo causar desorganização fisiológica e comportamental, induzindo ao choro e irritabilidade. Por isso a enfermagem exerce papel importante na assistência segura e na prevenção dos eventos adversos e consequências traumáticas decorrentes de procedimentos e hospitalização prolongada.

A seguir abordaremos alguns pontos importantes de atenção decorrentes da inserção e manutenção do PICC.

Vantagens na utilização do PICC

Existem vários tipos de cateteres venosos centrais, o PICC destaca-se por ser um procedimento não invasivo implantado a beira leito por enfermeiros capacitados, evitando um procedimento cirúrgico, e consequentemente, menor incidência de hemorragia e de pneumotórax, menor desconforto do paciente, preservação do sistema venoso periférico e menor custo quando comparado a dispositivos inseridos cirurgicamente. É disponibilizado em vários calibres e comprimentos: de 20 a 65 cm de comprimento, quanto ao calibre varia de 14 a 24 Gauge (escala americana) ou 1 a 5 French (escala francesa). Pode ser tanto de silicone ou poliuretano, ambos materiais de alta biocompatibilidade, baixa trombogenicidade, resistentes às dobras, rigidez estrutural suficiente para facilitar a inserção, baixa aderência bacteriana e radiopacidade. O tempo de permanência é maior com risco de infecção reduzido, quando comparado a outros cateteres. E permite a confirmação do seu posicionamento através de ultrassonografia.

Tipos de Complicações

As desvantagens do uso do PICC consistem em treinamento especial para inserção e manutenção do dispositivo, requer acesso em veias calibrosas e íntegras, demanda vigilância rigorosa do dispositivo e radiografia para localização da ponta do cateter.

Em relação as taxas de complicações, elas são menores quando comparadas aos cateteres que exigem procedimento cirúrgico. Contudo, podem ocorrer complicações graves.

Em relação as complicações imediatas durante a inserção do PICC, pode ocorrer: hematoma de punção, derrames pleurais e pericárdicos, tamponamento cardíaco, arritmias cardíacas, embolia pulmonar, migração do cateter, ruptura total do cateter, trombose vascular e endocardite.

Ainda, as complicações relacionadas ao PICC podem ser subdivididas em: locais, sistêmicas ou circunstanciais.

Curso :: Habilitação em Cateterismo Central de Inserção Periférica (PICC)

O Multiplica PP disponibiliza aos profissionais da enfermagem o curso Habilitação em Cateterismo Central de Inserção Periférica (PICC) com conhecimentos teórico-práticos atualizados sobre o assunto.

O curso tem como objetivo habilitar e qualificar o enfermeiro na assistência de qualidade aos cuidados com implantação e rotinas do cateter PICC inserido convencionalmente e/ou por microintrodução guiada por ultrassom.

No Centro de Simulação Realística, o aluno realizará simulações práticas nos mais variados cenários relacionados à rotina hospitalar, desenvolvendo habilidades práticas em ambiente seguro.

Texto aprovado pela coordenadora do curso Habilitação em Cateterismo Central de Inserção Periférica (PICC) – Claudia Fernandes. 

 

Referências bibliográficas:

Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) Neonatal e Pediátrico: Implantação, manutenção e remoção – Protocolo Assistencial Multiprofissional – Universidade Federal do triângulo Mineiro Hospital de Clínicas – 2019. https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-uftm/documentos/protocolos-assistenciais/PICCfinal.pdf

Atuação do enfermeiro na inserção, manutenção e prevenção de infecções no uso do PICC em Unidades de Terapia Intensiva – Gestão em Saúde e Controle de Infecção da Faculdade INESP – Cassiano Moreira Barbosa e José Carlos da Silva Souza – Jacareí – 2017 – https://www.ccih.med.br/atuacao-do-enfermeiro-na-insercao-manutencao-e-prevencao-de-infeccoes-no-uso-do-picc-em-unidades-de-terapia-intensiva/

Atualização das recomendações da prática quanto ao cateter central de inserção periférica em recém-nascidos – Ludmylla de Oliveira Beleza, Laiane Medeiros Ribeiro, Christiane Inocêncio Vasques, Amanda Margatho, Guilherme Brasil, Kassandra Costa – Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, 2021.       https://docs.bvsalud.org/biblioref/2022/02/1354365/e61291-atualizacao-das-recomendacoes-diagramado-port.pdf

Venopunção Periférica em Prematuros: O Cuidado de Enfermagem para Segurança do Paciente – Erika Maria Araujo Barbosa de Sena, Maria Lysete de Assis Bastos, Patrícia de Carvalho Nagliate, Luana Cavalcante Costa, Márcia Maria Coelho Oliveira Lopes, Ingrid Martins Leite Lúcio – Revista de Enfermagem UFPE on line – Recife, 2018.

Complicações Relacionadas ao Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) em UTI Neonatal – Laise Risalva Farias Gouveia da Silva, Karoline Lima Dantas, Maria Antônia Duarte Silva, Livia Maria da Silva, Bianca Catarina de Lima Guimarães Silva, Claudiane Maria Urbano Ventura, Carmina Silva dos Santos –  Faculdade Pernambucana de Saúde – Recife.                                                                                                                             https://tcc.fps.edu.br/bitstream/fpsrepo/1125/1/Complica%C3%A7%C3%B5es%20relacionadas%20ao%20Cateter%20Central%20De%20inser%C3%A7%C3%A3o%20Perif%C3%A9rica%20%28PICC%29%20em%20UTI%20neonatal.pdf

Ocorrência de complicações relacionadas ao uso de Cateter Venoso Central de Inserção Periférica (PICC) em recém-nascidos – Montes, SF., Teixeira, JBA., Barbosa, MH., Barichello, E. – Enfermería Global Nº 24 Octubre 2011                                                    https://scielo.isciii.es/pdf/eg/v10n24/pt_clinica1.pdf

Complicações Acerca do Cateter Venoso Central de Inserção Periférica (PICC) – Valéria Corrêa de Jesus, Silvia Regina Secoli  – Cienc Cuid Saude – 2007 – Abr/Jun – https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/4174/2762

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